Não há mais tempo a perder. Estamos todos juntos no mesmo barco e inúmeros indicadores apontam na mesma direção: se não dermos a devida resposta à ameaça que nos espreita, ficaremos marcados na História como a civilização que teve a competência de diagnosticar a maior de todas as tragédias ambientais sem que isso tenha justificado uma ampla mobilização da sociedade. Esta é a razão pela qual muitos estudiosos classificam o aumento do aquecimento global como um problema ético: sabemos que ele existe, nos reconhecemos como agentes do processo e, ainda assim, pouco ou nada fazemos no sentido de enfrentar a situação com a seriedade e o senso de urgência que o assunto requer.
É chegado o momento de reconhecer o inimigo para enfrentá-lo com consciência e determinação. Ele é invisível, não tem cheiro nem faz mal à saúde, mas quando aglomerado aos bilhões de toneladas na atmosfera por conta da queima progressiva de petróleo, gás natural e carvão (as queimadas no Brasil também entram na conta e, no caso específico da Amazônia, a área verde que virou fumaça no ano passado equivale em tamanho a Israel), tem o poder de mudar o clima, o ciclo das chuvas, o nível dos oceanos e a expectativa de vida de inúmeras espécies e ecossistemas. Jamais experimentamos algo parecido numa escala de tempo tão curta.
O dióxido de carbono (CO2) aparece no Tratado de Kyoto como o mais importante gás de efeito estufa, mas para que o acordo internacional saísse do papel foram definidos prazos e metas bastante modestos: uma redução média de 5% nas emissões de gases de efeito estufa dos países desenvolvidos entre 2008 e 2012 em relação às emissões destes mesmos países ocorridas em 1990, quando o mínimo necessário seria de 60% (ou mesmo 80%, como aponta o recém lançado Relatório Stern, assinado pelo ex-Economista Chefe do Banco Mundial). Mesmo reconhecendo que a substituição dos combustíveis fósseis por outras fontes de energia deva acontecer de forma gradual, o ritmo das mudanças é extremamente lento. O mérito de Kyoto é dar início a um processo que, embora já tenha produzido alguns resultados importantes, se arrasta em passo de tartaruga enquanto as mudanças climáticas vêm a galope.
Tão importante quanto o comprometimento dos países em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, principalmente de CO2, são as iniciativas individuais. O que cada um de nós está disposto a fazer nesse sentido? Que pequenas mudanças podemos aplicar em nossa rotina em favor desse objetivo maior? Mudança é uma palavra que assusta, e que muitos de nós associamos de imediato a sacrifício. Nem sempre é assim. Avalie o que lhe convém, considerando que cada tonelada a menos de carbono na atmosfera faz toda a diferença.
Vejamos alguns exemplos do que é possível fazer hoje em benefício de um futuro menos traumático:
1) Transportes: Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores emissões de CO2 têm origem nos automóveis. Sempre que possível, deixe o carro na garagem e privilegie o uso de transportes públicos. Estima-se que 80% de nossos deslocamentos diários se resolvam num raio de 5 km de distância, o que abre caminho para o uso de bicicletas ou pequenas caminhadas. Se o uso do carro for inevitável, prefira os modelos flex rodando a álcool, com motores sempre regulados, pneus calibrados e aceleração baixa.
2) Árvores: As espécies vegetais estocam carbono nas raízes, troncos, galhos e folhas. Quanto mais árvores plantarmos, mais carbono estaremos retirando da atmosfera. O inverso é rigorosamente verdadeiro: para cada árvore destruída haverá mais carbono agravando o aquecimento global.
3) Construções inteligentes: Luz e ventilação naturais demandam um consumo menor de energia. Certos materiais usados no revestimento de casas e escritórios também ajudam a conservar a temperatura ambiente de modo agradável, sem a necessidade de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado.
4) Consumo: Um estilo de vida consumista acelera a exaustão dos recursos naturais. Todos os produtos demandam matéria-prima e energia para existir. Quem consome muito além do necessário agrava a pressão sobre os estoques de energia, com reflexos importantes sobre as emissões de CO2. Apesar do que apregoam muitas campanhas publicitárias, é possível ser feliz com menos, bem menos do que aparece nos comerciais.
5) Neutralizando as emissões: A Copa do Mundo da Alemanha foi a primeira da História a neutralizar totalmente as emissões de gases estufa. Com precisão germânica, a organização do evento estimou a quantidade de CO2 emitida pelos 3 milhões de visitantes e investiu em projetos que retiraram da atmosfera a mesma quantidade de gás estufa. Isso já está sendo feito no Brasil e no mundo em shows de música, lançamentos de livros ou CDs. Para muitos empresários, esse é um excelente filão de negócios na direção da responsabilidade social corporativa.
Seria ótimo se a responsabilidade de reduzir as emissões de CO2 fosse apenas dos países. Mas estamos sendo convocados individualmente à ação enquanto consumidores, eleitores e habitantes de um país em desenvolvimento, categoria apontada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU como bastante vulnerável às turbulências que vêm por aí. Podemos e devemos nos antecipar a isso.
André Trigueiro é jornalista com Pós-graduação em Gestão Ambiental pela COPPE/UFRJ, Professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, autor do livro "Mundo Sustentável - Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em transformação" (Editora Globo, 2005), Coordenador Editorial e um dos autores do livro "Meio Ambiente no século XXI", (Editora Sextante, 2003).
*http://www.istockphoto.com/file_thumbview_approve/9454925/2/istockphoto_9454925-environmental-conservation-set.jpg
sexta-feira, 15 de julho de 2011
EDUCAR PARA SENSIBILIDADE
CURSO- SEMEANDO A PAZ PARA UM SABER TRANSFORMADOR
A primeira tarefa da Educação é aprender a enxergar.
Essa frase de Rubem Alves nos leva a refletir sobre a nossa existência no mundo da Educação. Não estamos neste mundo por acaso. E nos faz pensar também sobre o que ensinamos.
É preciso repensar nossa pratica pedagógica. E preciso que passemos por uma verdadeira metamorfose, desaprendendo o que se tinha aprendido para apropriar-se do novo. Mas o que é o novo?
Falta, infelizmente, por parte de muitos educadores, a arte da sedução pedagógica. E, portanto, falta o reencontro consigo mesmo; falta sonhar e possibilitar que o aprendiz sonhe. Falta despertar(-se) para o desejo de aprender e de ensinar; falta invadir o mundo da imaginação e da magia .E, com a magia da educação que haverá a possibilidade de criarmos pessoas com sentimentos; crianças mais doceis, menos violentas, capazes de construir um mundo melhor, com mais prazer. Adultos sim, mas sempre crianças.
Surgem, então, outros questionamentos: A nossa Educação é movida pelo afeto. Onde busca-lo? Será que não estaria escondido nos contos infantis, na expressão das crianças que pedem a repetição das mesmas historias...
Essa questão dos contos de fada em função da sua natureza simbólica é extremamente importante. Por meio deles as crianças colocam-se na posição de cada personagem, percebendo-se enquanto agente, sentindo-se num mundo real, mesmo que simbolicamente.
É fundamental resgatar o gosto pela leitura, ler para as crianças, abrir as portas da biblioteca, fazer o aluno sentir felicidade ao encontrar-se com um livro. Cabe, a nos educadores, oferecer-lhes o melhor cardápio, uma vez que a criança esta faminta para aprender e tem uma capacidade enorme de assimilação.
Para que a escola se renove e crie oportunidades para o encontro com o novo, e preciso armar-se de beleza e arte, abrindo as janelas ao aprendizado integro, conciso, solido.
Cabe a escola lembrar que o que fica e o residual, a essência. Na maioria das vezes, no entanto, ela e invadida pela burocracia e se esquece desses elementos emocionais.
Exigimos sempre dos nossos alunos aquilo que nem sempre temos a capacidade de exigir de nos mesmos, porque esquecemos que a mente inteligente aprende a esquecer aquilo que aprendeu; ela guarda a vivencia, a essência, a experiência. O aprendizado não colocado nos livros e o que fica guardado para sempre. O que e importante reter na vida são as trocas e as relações que estabelecemos entre as coisas, os fenômenos e as pessoas.
Vê-se, então, que o papel do educador, enquanto facilitador e mediador das relações que o aprendiz estabelece, esta no criar situações para que os alunos consolidem essas trocas, servindo-se da competência intelectual responsável; de um conhecimento fluido, instável e renovador; do despertar para a criticidade, a partilha e para a capacidade de ouvir, de aprender a tolerar, de compromisso com a simplicidade voluntaria e com a paz e o resgate dos valores humanizadores, éticos e morais.
Sabemos que o educador não tem de ser um campeão, mas devemos nos esforçar para ver nosso aluno no pódio. Ele só chegara la se tiver condições para o aprendizado, se for ouvido no que tem a dizer, se puder colocar para fora suas experiências vividas.
Somente com esse novo olhar para o que e novo, com sensibilidade e prazer, nós, educadores, chegaremos aos grandes mananciais da aprendizagem.
Fonte de Estudo: CARRARA, J.A. "Educar para a sensibilidade"(http://www.profissaomestre.com.br)
A primeira tarefa da Educação é aprender a enxergar.
Essa frase de Rubem Alves nos leva a refletir sobre a nossa existência no mundo da Educação. Não estamos neste mundo por acaso. E nos faz pensar também sobre o que ensinamos.
É preciso repensar nossa pratica pedagógica. E preciso que passemos por uma verdadeira metamorfose, desaprendendo o que se tinha aprendido para apropriar-se do novo. Mas o que é o novo?
Falta, infelizmente, por parte de muitos educadores, a arte da sedução pedagógica. E, portanto, falta o reencontro consigo mesmo; falta sonhar e possibilitar que o aprendiz sonhe. Falta despertar(-se) para o desejo de aprender e de ensinar; falta invadir o mundo da imaginação e da magia .E, com a magia da educação que haverá a possibilidade de criarmos pessoas com sentimentos; crianças mais doceis, menos violentas, capazes de construir um mundo melhor, com mais prazer. Adultos sim, mas sempre crianças.
Surgem, então, outros questionamentos: A nossa Educação é movida pelo afeto. Onde busca-lo? Será que não estaria escondido nos contos infantis, na expressão das crianças que pedem a repetição das mesmas historias...
Essa questão dos contos de fada em função da sua natureza simbólica é extremamente importante. Por meio deles as crianças colocam-se na posição de cada personagem, percebendo-se enquanto agente, sentindo-se num mundo real, mesmo que simbolicamente.
É fundamental resgatar o gosto pela leitura, ler para as crianças, abrir as portas da biblioteca, fazer o aluno sentir felicidade ao encontrar-se com um livro. Cabe, a nos educadores, oferecer-lhes o melhor cardápio, uma vez que a criança esta faminta para aprender e tem uma capacidade enorme de assimilação.
Para que a escola se renove e crie oportunidades para o encontro com o novo, e preciso armar-se de beleza e arte, abrindo as janelas ao aprendizado integro, conciso, solido.
Cabe a escola lembrar que o que fica e o residual, a essência. Na maioria das vezes, no entanto, ela e invadida pela burocracia e se esquece desses elementos emocionais.
Exigimos sempre dos nossos alunos aquilo que nem sempre temos a capacidade de exigir de nos mesmos, porque esquecemos que a mente inteligente aprende a esquecer aquilo que aprendeu; ela guarda a vivencia, a essência, a experiência. O aprendizado não colocado nos livros e o que fica guardado para sempre. O que e importante reter na vida são as trocas e as relações que estabelecemos entre as coisas, os fenômenos e as pessoas.
Vê-se, então, que o papel do educador, enquanto facilitador e mediador das relações que o aprendiz estabelece, esta no criar situações para que os alunos consolidem essas trocas, servindo-se da competência intelectual responsável; de um conhecimento fluido, instável e renovador; do despertar para a criticidade, a partilha e para a capacidade de ouvir, de aprender a tolerar, de compromisso com a simplicidade voluntaria e com a paz e o resgate dos valores humanizadores, éticos e morais.
Sabemos que o educador não tem de ser um campeão, mas devemos nos esforçar para ver nosso aluno no pódio. Ele só chegara la se tiver condições para o aprendizado, se for ouvido no que tem a dizer, se puder colocar para fora suas experiências vividas.
Somente com esse novo olhar para o que e novo, com sensibilidade e prazer, nós, educadores, chegaremos aos grandes mananciais da aprendizagem.
Fonte de Estudo: CARRARA, J.A. "Educar para a sensibilidade"(http://www.profissaomestre.com.br)
terça-feira, 12 de julho de 2011
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